Museu Fármaco Hospitalar

 

PROJETO MUSEU FÁRMACO HOSPITALAR

Coordenação técnica: Elisiana Trilha Castro

Historiadora

Registro profissional: 0000096/SC

Anna Julia Borges Serafim

Museóloga - Corem 5a região 0121-I

O projeto tem por objetivo realizar ações relacionadas à gestão administrativa e de acervo do Museu Fármaco Hospitalar. Entre as atividades planejadas estão a conferência e arrolamento do acervo, o desenvolvimento do plano museológico e a elaboração de conteúdo para expografia (texto com informações sobre o casarão e sala cirúrgica).

Até o presente momento, a equipe técnica já realizou o arrolamento e registro fotográfico de cerca de 1.500 itens em planilha Excel. Este procedimento buscou qualificar o arrolamento já existente dos objetos com informações relacionadas, por exemplo, ao estado de conservação e procedimentos a serem realizados para a sua preservação. Além disso, a equipe definiu uma numeração de registro padronizada e realizou a marcação dos objetos com papel acid-free, lápis 6B e barbante e, em alguns casos, com etiqueta em fita do tipo micropore e caneta nanquim, especialmente em objetos menores em que não era possível a amarração com barbante. Após a finalização do arrolamento, a equipe organizou e acondicionou, provisoriamente com plástico bolha e mantas plásticas, o acervo atualmente localizado no prédio da Associação por contas das condições adversas para conservação como umidade e goteiras em paredes e teto.

Entre outras atividades realizadas destaca-se também o desenvolvimento de termo de doação e acompanhamento dos trâmites para recebimento de objetos doados ao Museu.

Em relação ao plano museológico, a equipe técnica deu início a sua estruturação por meio de reuniões virtuais. Estas tiveram por objetivo encetar as discussões sobre o planejamento conceitual do Museu, mais especificamente sua missão, visão e valores. Também foi discutida a metodologia de realização do diagnóstico institucional, a análise SWOT - sigla para Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats - onde foram identificadas em grupo as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para as atividades do Museu Fármaco Hospitalar.

A próxima fase de desenvolvimento do plano museológico será a construção dos programas e diretrizes com o delineamento das principais ações a serem realizadas pela instituição nos próximos anos.

PARTE 1 - PLANEJAMENTO CONCEITUAL

MISSÃO

Salvaguardar e difundir o patrimônio cultural da atividade hospitalar a partir do acervo do Imperial Hospital de Caridade; de sua contribuição social e para a formação cultural, bem como destacar o papel das ciências da saúde na história do desenvolvimento científico e dos trabalhadores da área da saúde.

VISÃO

Ser referência na promoção de pesquisas e de ações educativas em prol da difusão da importância da história das instituições hospitalares e da preservação do patrimônio cultural da saúde em Santa Catarina e no Brasil.

VALORES

  • Preservar a história da evolução da atividade médica hospitalar;
  • Comprometimento em realizar ações educacionais e pesquisas na área do patrimônio cultural da saúde voltadas às atividades hospitalares;
  • Respeito à diversidade de públicos e a acessibilidade universal;
  • Gestão transparente e participativa;
  • Sustentabilidade socioambiental.

PARTE 2: DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL

Com a análise SWOT (sigla em inglês para Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats) é possível analisar os aspectos estruturantes referentes ao Museu ármaco Hospitalar.

As forças e fragilidades estão relacionadas à organização interna e às suas condições, enquanto as oportunidades e ameaças relacionam-se ao ambiente externo.

Forças

  • Ter sido aprovado em editais para captação de recursos e leis de incentivo;
  • Localizar-se no centro da cidade de Florianópolis;
  • Estar sediado em edifício tombado representativo para a história da cidade de Florianópolis;
  • Possuir um acervo inédito em Santa Catarina relacionado ao patrimônio cultural da saúde;
  • A sede estar em sua 2ª fase do processo de restauração com equipe técnica especializada;
  • Possibilidade de uso dos espaços da sede do museu para atividades da Fundação que podem atrair a visitação de diferentes públicos e divulgar seu trabalho, em especial, o voltado à manutenção da Procissão Senhor dos Passos.

Fragilidades

  • Não possuir equipe técnica contratada de forma continuada para a criação do museu dificultando a execução do plano museológico;
  • Não apresentar registros de aquisição do acervo;
  • Não ter uma Política de Aquisição e Descarte de Acervo para gestionar a formação das coleções;
  • Não possuir Reserva Técnica para o atual acervo ;
  • Ter que coordenar o uso do espaço do Casarão com as atividades da Fundação e as atividades técnicas museológicas;
  • Não haver orçamento fixo da instituição mantenedora tampouco um planejamento anual;
  • Carecer de planejamento museográfico detalhado para o Casarão.

Oportunidades

  • Aproximar as gestões do Hospital, Fundação Senhor dos Passos e o Museu;
  • O Hospital e a Fundação Senhor dos Passos poderem utilizar o Museu também como espaço para divulgar sua história e suas atividades;
  • O fato de haver cursos em áreas afins com a instituição museológica em universidades localizadas na Grande Florianópolis (Museologia, História, Cinema e Vídeo, Fotografia e Artes Visuais);
  • Haver editais e leis de incentivo a nível municipal, estadual e federal;
  • Estar presente em Florianópolis o Sistema Estadual de Museus (SEM/SC);
  • Integrar o museu com os demais espaços culturais do complexo do Hospital.

Ameaças

  • Estar localizado próximo ao mar, pois o salitre pode impactar o acervo e o prédio;
  • Estar sediado em prédio tombado, o que pode dificultar ou impedir a construção e expansão dos espaços.

O trabalho de seleção e inventariado dos objetos que fazem parte do acervo do Museu Fármaco Hospitalar, proposto e realizado pela museóloga Ana Lúcia Bergamo, em parceria com a Fundação Senhor dos Passos, partiu de um interesse comum: o de retomar-se a ideia da criação de um museu hospitalar, dando com isto continuidade ao projeto de recuperação da memória histórica e cultural da instituição.

Foto Museu Fármaco Hospitalar

Mais de 1.800 peças reunidas no acervo são testemunhas materiais do pensamento científico-tecnológico dos séculos XIX e XX.

Os objetos revelam não só as transformações ocorridas no âmbito das práticas sanitárias, mas também nas relações de trabalho, no Imperial Hospital de Caridade, primeira Santa Casa de Misericórdia da Capitania de Santa Catarina e primeiro hospital civil da Vila do Desterro.

Este será o primeiro Museu Fármaco Hospitalar do Estado, registrado na página 56 do Guia de Museus de Santa Catarina, da Fundação Catarinense de Cultura.